ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2024: O QUÊ ESTÁ EM JOGO | Por Sandra Da Silva Kucera
A cultura brasileira, em se tratando de eleições, sempre foi de pouco valorizar os pleitos municipais, priorizando mais as eleições majoritárias para a Presidência da República e Governo de estados. Guardamos a impressão que esse cenário está mudando, haja vista a mobilização para as eleições dos Conselheiros Tutelares em 2023. Parece que o brasileiro está percebendo a importância de lutar pela representatividade junto a toda e qualquer instituição cujas funções são exercidas pela escolha democrática.
Consolidar essa mudança de paradigma é algo absolutamente necessário.
Para contribuir com esse debate traremos aqui alguns pontos importantes a observar e desafios a superar:
- As eleições majoritárias têm início nos municípios, primeira instância dos indivíduos (ou eleitores). A base de apoio dos candidatos de 2026 está sendo construída agora, quanto mais municípios, mais palanques; quanto mais vereadores hoje, maior número de candidatos às casas legislativas estaduais e federal amanhã;
- O eleitor brasileiro, tornado mais atento desde uma década para cá, e certamente ciente do ponto anterior, deverá estar atento para não sucumbir ao “voto de amizade”, afinal, eleições municipais caracterizam-se pela proximidade entre candidato e eleitor. Votamos no primo, no tio, no amigo, no vizinho, no parente, pouco observando os valores que aquela pessoa traz em si, nem aqueles defendidos pelo seu partido ou coligação. É preciso lembrar que eleição objetiva a outorga de poder de representação, ou seja, os eleitos devem abraçar os mesmos valores dos eleitores sob pena de não representá-los;
- De par com o ponto anterior, é preciso observar ainda o Sistema Eleitoral vigente no Brasil, ou seja, enquanto a eleição para prefeitos se dá por maioria, a de vereadores atende à PROPORCIONALIDADE. Poucos pensam a respeito disso, talvez a maioria dos eleitores não faça mesmo nem conta que isso existe.
E o que quer dizer isso? Sem entrar nos complicados meandros da matemática que rege a definição das cadeiras legislativas municipais, podemos resumir que nem todo candidato que alcance votação expressiva será eleito, podendo inclusive ocuparem assento candidatos que obtiveram votação bem mais modesta do que estes. E que campeões de votos deixam suas sobras para candidatos que jamais seriam eleitos diretamente pelo povo.
Por quê? Porque cada cadeira exige um número mínimo de votos, que devem ser alcançados pela LEGENDA (partido único não coligado ou conjunto dos partidos de uma coligação). Esta é a barreira partidária, ainda existe a do indivíduo, pois o candidato tem de superar a CLÁUSULA DE BARREIRA, ou seja, um percentual mínimo dos votos da legenda.
Por isso observamos coligações gigantescas e estranhas que, por vezes, reúnem na LEGENDA, partidos em oposição no espectro político que habitualmente fazem defesa de valores absolutamente distintos entre si. É também por isso que vemos candidatos outrora de um extremo do espectro, quase que “por mágica”, apresentarem-se como candidatos por uma sigla de centro, dita mais moderada.
No final e ao cabo, o objetivo é alcançar e fatiar o PODER através da reunião do maior número de candidatos na LEGENDA capaz de vencer as barreiras e “puxar votos” que garantam cadeiras.
Enquanto o Brasil não promover uma profunda Reforma Política que restabeleça e priorize a vontade popular, estaremos lidando com um sistema que prioriza o interesse partidário em detrimento da nação.
Por isso se faz tão importante observar O CONJUNTO: o indivíduo, a coligação e as ideologias em pauta em cada uma dessas esferas. Quando antagonistas históricos surgem de mãos-dadas, muito provavelmente não é uma “união para o bem de todos” ou “contra um mal maior”, é puro e simples jogo para a garantia de poder.
4. Sob a óptica do ponto anterior, é sempre bom reconsiderar seu voto fruto do argumento de que “há pessoas boas em todos os partidos e coligações“, por mais seja uma afirmação verdadeira, seu voto pode estar contribuindo para eleição das velhas raposas da política que, não mais capazes de convencer eleitores, estão à espreita das sobras dos votos do seu candidato.
5. É também preciso considerar, na toada dos pontos anteriores, a INDEPENDÊNCIA com que o candidato tem atuado (se for alguém concorrendo a reeleição), e a IDEOLOGIA que abraçam. Partidos costumam ter seus CACIQUES ditadores de regras e IDEOLOGIAS sequestram almas, ainda que sejam boas almas…
6. Havemos de considerar ainda o ORÇAMENTO de PREFEITURAS DE MUNICÍPIOS ESTRATÉGICOS que podem ser usados para “levantar recursos” para as eleições majoritárias de 2026. O uso da máquina pública é desmedido, insano e cruel.
Como último ponto e conclusão destas breves linhas, desejamos lembrar ao leitor que o Brasil se encontra em plena conversão à esquerda, em verdadeira mudança de regime que se opera desde as eleições de 2022. O avanço tem sido ininterrupto e acelerado sobre nosso bem mais precioso: a LIBERDADE.
Se quisermos mudar o rumo dessa história (a nossa história, a história dos nossos filhos e netos), devemos considerar que o futuro tem data pra começar: 06 de Outubro de 2024.
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