No que acreditamos III
Se hoje somos capazes de enxergar muito além do que viam nossos antepassados é porque estamos exatamente sobre os seus ombros. Daí advém a expressão “Anões em ombros de gigantes.”
Aqueles que nos precederam abriram e prepararam caminhos, mais ásperos e inóspitos dos que os que hoje percorremos. Embora o saber, nas mais variadas áreas do conhecimento humano, se amplie na medida dos avanços tecnológicos, o que concerne à moral, tem sido desde muito submetido aos testes do tempo. É arriscado ponderar sobre questões sociais, políticas e morais tendo por base o julgamento e a racionalidade privados.
“O indivíduo é tolo […] mas a espécie é sábia”, declarou Burke.
Somos protegidos, por assim dizer, enquanto humanidade, pela sabedoria advinda da consagração pelo uso, sabedoria muito maior do que qualquer mesquinho raciocínio privado de um ser humano individual.
O tempo só respeita as edificações que ajudou a construir.