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Tóxicas mentiras sobre o Agro

Por Rosalino Mansuetto Salvadori Neto – Agropecuarista – Campo Mourão – PR, em 5 de setembro de 2019.

Em 25 de junho de 2019, a revista Galileu divulgou uma matéria da Agencia Pública/Repórter Brasil, sabidamente financiadas pela “Open Society”, aquela do George Soros (link no final do texto), assinada pelo Jornalista Pedro Grigori, por meio da qual ele retrata, com perceptível viés, grupos favoráveis e contrários à posição brasileira na utilização de defensivos agrícolas, nomeando-os sempre de agrotóxicos.

Antes mesmo de adentrarmos aos vícios interpretativos, salta aos olhos um erro que inviabiliza quaisquer comparações confiáveis:

O relatório da FAO utilizado como base de dados da matéria, ao invés de comparar os volumes de agrotóxico utilizado nos países pesquisados, compara erroneamente os “Valores investidos” em defensivos nestes países.

Todos sabemos que nos países com carga tributária mais pesada, investe-se obrigatoriamente mais recursos financeiros para obter a mesma ou menor quantidade em volume de defensivos. No Brasil, o simples registro de uma molécula consome minimamente um milhão e quinhentos mil reais, além de se estender por inacreditáveis 5 anos entre tramitações em três diferentes ministérios – Ministério da Saúde (ANVISA), Ministério do Meio Ambiente (CONAMA) e o próprio Ministério da Agricultura.

Por óbvio que as empresas tratam de diluir estes custos no preço de venda, já causando uma grave distorção na quantidade adquirida de defensivos em comparação aos países que facilitam o registro, desonerando as empresas que fabricam e distribuem.

Os gráficos seguintes na matéria são igualmente descabidos e tendenciosos, pois tem como título “MAIORES CONSUMIDORES DE AGROTÓXICOS”, porém uma simples conferência mostra que o gráfico não mostra a quantidade de defensivo (como sempre chamado, agrotóxico) que foi utilizado, mas sim o “Valor Investido” em defensivos, com toda a tributação incidente e os pesados custos de registro e fabricação.

Note-se que até mesmo a ineficiência em nossa legislação trabalhista contribui para o aumento do preço por litro do defensivo aqui consumido, aumentando a distorção.

No Brasil, enquanto um litro de “Glifosato” custa R$ 8,00, tem sua venda restrita e utilização vinculada a uma recomendação agronômica, na China, o mesmo produto pode ser encontrado por US$ 1,00 no site Alibabá sem a menor dificuldade ou no próprio e-bay com entrega para vários países com preços e fretes diferenciados.

No gráfico “CONSUMO POR ÁREA CULTIVADA”, segue-se o mesmo erro, trocando ardilosamente a “quantidade” realmente consumida de defensivo pelo respectivo “Valor Investido por hectare”.  Ainda assim já aparecem evidências de que o consumo por área seja muito baixo, ficando o Brasil em sétimo lugar.

No terceiro gráfico, obviamente seguindo o mesmo erro dos dois anteriores, pretende-se demonstrar o “consumo por produção agrícola”, mas o que se demonstra é o “Valor investido” em defensivos por tonelada produzida.

Sem o menor compromisso com dados consistentes, a matéria traz na sequência uma pergunta em texto destacado: “É possível estimar quantos litros de agrotóxico cada brasileiro bebe?”. Obviamente tal questão foi respondida por uma ONG cujo nome já evidencia a resposta: ONG Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela vida. Após muitas linhas, concluiu em sua aterrorizante resposta que cada brasileiro “bebe” 7,36 litros de agrotóxico por ano. Ao final de tal massacre, fazem uma pequena ressalva de que deve se desconsiderar deste total, a quantidade aplicada no algodão, no eucalipto, na soja e nos produtos para exportação e que este estudo (ridículo) é meramente pedagógico.

Mentira. O objetivo deste estudo é claramente construir uma narrativa destrutiva para o agronegócio, demonizando todos os envolvidos na cadeia produtiva e acusa-los de todas as mortes do país.

Existe ainda ao final da matéria um gráfico que traz a utilização de defensivos no Brasil em Toneladas e seu aumento no decurso dos anos. Mas, adivinhem?  Esta não traz nenhum outro país como comparativo, ou ficaria evidente que usamos muito menos defensivos e por uma razão Óbvia, qual seja:

Defensivos no Brasil custam muito caro, caro o suficiente para que cada produtor, seja ele grande, médio ou pequeno, envide grandes esforços para utilizar apenas o mínimo necessário e dessa forma consiga manter seu negócio saudável, e de quebra trazer saúde a todos nós.

E não me venham com dados de saúde pública, pois bastaria colocar dados cruzados sobre utilização de defensivos e expectativa de vida. Nunca se utilizou tanta tecnologia e defensivos para aumentar a produção. Também nunca se viveu tanto.

No mundo sempre existiram os criadores de problemas e os criadores de solução. Durmo diariamente com a consciência tranquila de que os agricultores e demais operadores do agronegócio são criadores de solução e deixo aqui meu recado aos eco-alarmistas: parem de atacar quem lhes proporciona segurança alimentar.

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