V – MULTIPLICIDADE DOS INDIVÍDUOS E DAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS
“A simplicidade é o ápice da sofisticação”, afirma expressão atribuída a Leonardo da Vinci.
Nada há em a criação onde sobre ou falte algo, tudo é exato, perfeito e simples. Ao lado desta característica encontramos uma outra igualmente admirável: a Diversidade ou Multiplicidade das formas, cores, aromas, texturas, sabores, sons e seres. Cada indivíduo é um universo em sua complexidade única. E tudo isso é maravilhoso, um convite vivo à criatividade, à ação, à alteridade e à humildade. Deus não é monótono, e deseja a diversidade. Cada folha de árvore como cada digital humana é única.
Desta realidade segue-se a consequência natural: se a multiplicidade dos indivíduos é fato inconteste, assim serão as instituições que os representam. A uniformidade estreita e a igualdade absoluta propostas por alguns sistemas não são naturais, e só se mantém pelo uso da força e durante um certo tempo. Constituem, por esta razão, o terreno fértil para a ascensão de regimes ditatoriais e de oligarquias privilegiadas.
Ao contrário do que afirmam estes sistemas, a saúde de uma comunidade, e mesmo a sua riqueza, residem na diversidade daqueles que a constituem. Todos têm a contribuir na medida dos seus talentos e características particulares, e é na permuta destes talentos e possibilidades que todos progridem. Características particulares nos tornam especiais, mas não nos definem, o que nos define é a filiação divina, a igualdade perante Deus. Diante dos homens, devemos buscar ser iguais perante a lei.