Por uma sociedade apta a defender a liberdade, preservar sua história e construir um futuro digno, íntegro e próspero.

Instituto Civitas

Por uma sociedade apta a defender a liberdade, preservar sua história e construir um futuro digno, íntegro e próspero.

O QUE É CONSERVADORISMO – Desmistificando um conceito que ainda causa muita confusão

Por Felipe Fiamenghi – 17/04/2020

Conservadorismo é a “ideologia” de não ter ideologias. O conservador POLÍTICO acredita que as ideias devem se adaptar à sociedade. Não o contrário.

Tomemos como exemplo uma loja, com uma roupa no manequim. Para o conservador, a roupa deve sofrer os ajustes, para servir no cliente. Para os ideólogos, o cliente deve ser amputado, para servir na roupa.

O conservador não tem os delírios anarcocapitalistas de uma sociedade absolutamente livre. Entende a necessidade de um Estado, para garantir as liberdades individuais (“Onde não há lei, não há liberdade.” LOCKE, John), mas entende que este Estado seja mínimo, a fim de não interferir nestas mesmas liberdades (“Não esperar senão duas coisas do Estado: Segurança e liberdade, e ter bem claro que não poderia esperar uma terceira coisa, sob o risco de perder as outras duas.” BASTIAT, Frederic).

Sendo assim, para o conservador, o Estado NÃO DEVE impor uma moral ou religião. Pelo contrário, deve assegurar que todos sejam LIVRES para fazer suas próprias escolhas pessoais, sem que estas interfiram na liberdade de terceiros (“O Estado cumpre o seu objetivo quando assegura a liberdade de todos.” KANT, Immanuel).

Conservadorismo, também, não significa ser imune ao progresso e às inovações (“Não se pode planejar o futuro pelo passado.” BURKE, Edmund). Para que a sociedade mantenha-se sadia, mudanças são absolutamente necessárias.

O conservadorismo repudia é que estas mudanças sejam IMPOSTAS, ainda que disfarçadamente, como forma de reegenharia social (“Num Estado, isto é, numa sociedade onde há leis, a liberdade só pode consistir em poder fazer-se o que se deve querer e em não estar obrigado a fazer o que não se deve querer.” MONTESQUIEU).

Portanto, qualquer tentativa de fazer com que o Estado NORMATIZE as condutas particulares, favorecendo nossas crenças pessoais, FOGE da essência principal do CONSERVADORISMO POLÍTICO e se embrenha pelos caminhos do CONSERVADORISMO MORAL, que não têm absolutamente NENHUMA conexão (“Quando não há, entre os homens, liberdade de pensamento, não há liberdade.” VOLTAIRE).

Cada um de nós deve ter a capacidade de viver a própria vida, de acordo com aquilo que acredita, desde que, com isso, não interfiramos nos direitos de terceiros. Não podemos impor, aos outros, as nossas virtudes. Ou acabaremos, então, sendo obrigados a viver de acordo com a virtude dos outros.

“𝐎𝐬 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐞𝐫𝐯𝐚𝐝𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐪𝐮𝐞𝐫𝐞𝐦 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐞𝐫𝐯𝐚𝐫 𝐚𝐪𝐮𝐢𝐥𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐦𝐚𝐦. 𝐎𝐬 𝐩𝐫𝐨𝐠𝐫𝐞𝐬𝐬𝐢𝐬𝐭𝐚𝐬 𝐪𝐮𝐞𝐫𝐞𝐦 𝐝𝐞𝐬𝐭𝐫𝐮𝐢𝐫 𝐚𝐪𝐮𝐢𝐥𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐨𝐝𝐞𝐢𝐚𝐦.” (SCRUTON, Roger)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *