Por que a Disney está destruindo o THOR?
Por Guilherme Azevedo
O filme “Thor: Amor e Trovão” foi lançado nos cinemas em julho de 2022 e conseguiu decepcionar muitos fãs por conta da completa descaracterização do personagem. Esse é um fenômeno que vem ocorrendo há algum tempo nos cinemas e, agora, atingiu de maneira contundente um dos heróis mais conhecidos e poderosos da Marvel, o “Deus do Trovão”.
O empresário Peter Jordan, leitor e fã de quadrinhos e apresentador do “Ei Nerd”, maior canal de conteúdo nerd do Brasil e um dos maiores do mundo, com mais de 12,6 milhões de inscritos, já gravou e publicou alguns vídeos falando sobre o filme, tendo dedicado um deles para criticar justamente a forma como o personagem vem sendo desconstruído. No vídeo intitulado “POR QUE O TAIKA WAITITI ESTÁ ESTRAGANDO O THOR?!”,
Peter inicia sua opinião declarando o seguinte: “Um dos principais problemas de Thor Amor e Trovão foi a descaracterização do Thor e da mitologia dele pra dar lugar a um grande stand up de duas horas. Então nesse vídeo aqui eu quero mostrar pra vocês como o Taika não quis entender a essência do personagem e por causa disso pode ter simplesmente destruído o Thor nos cinemas com esse filme”.
Peter tem razão.
O roteirista e o diretor do filme escolheram o pior caminho possível para contar a história, aparentemente, com a intenção de fazer um filme de comédia. Mas há algo não abordado por Peter em seu comentário e que deve ser levado em consideração quando se trata de Disney e Hollywood: a motivação ideológica identitária.
É fato que a Disney, há tempos, rendeu-se ao ativismo identitário e suas produções têm tido uma forte escalada em abordagens de apelo às pautas desse movimento, dentre as quais: glamorização do homossexualismo; exaltação do feminismo ressentido; e tentativa de ridicularização do estereótipo do homem branco heterossexual, considerado como opressor pela ideologia em questão.
Nessa linha, a destruição do personagem Thor atende justamente aos propósitos dessa agenda. O Deus do Trovão é a representação de um homem branco e heterossexual. Além disso, trata-se de um herói superpoderoso cuja personalidade séria e responsável caracteriza o que os ideólogos do pós-modernismo costumam chamar de masculinidade tóxica. Então, nesse último filme, transformaram o mais poderoso herói do Universo Compartilhado da Marvel – UCM em um bobalhão sem noção.
Peter Jordan observa que, em entrevista, o Diretor do filme, Taika Watiti, e o ator que interpreta o Thor, Chris Hemsworth, declaram que “sacrificaram a história do filme em troca de piadas”. Obviamente, o Diretor e o ator não iriam dizer (ou reconhecer) que estragaram o filme para ridicularizar o personagem que representa a tal “masculinidade tóxica” que a agenda identitária adotada pela Disney pretende destruir. Sequer é possível afirmar que eles têm consciência disso.
A atuação dos movimentos identitários na cultura é ardiloso e dissimulado. O processo de lavagem cerebral é contínuo e demorado. Os mentores dessa ideologia sabem que a mudança da mentalidade de uma geração leva tempo e apostam na estratégia da manipulação de mentes de maneira furtiva. O uso de pessoas e organizações como ferramentas para alcance de seus objetivos é método.
Peter Jordan acha que o Diretor não entende ou não quer entender o personagem e fica procurando as coisas mais bizarras que encontra na mitologia para poder montar um roteiro com base em piadas, retratando o Thor como um abobalhado que age como uma criança de 10 anos, o que transforma o filme em uma espécie de paródia do verdadeiro Thor.
Porém, essa destruição do personagem não se deu meramente em troca de fazer piadas. Tal justificativa apresentada pelo Diretor é apenas uma forma de justificar a decisão e ocultar o verdadeiro motivo mesquinho, ideológico, segregacionista e vil. As piadas são apenas o método para a ridicularização do herói. Tanto é assim que o Diretor disse que queria “irritar os fãs”. Ele sabe que os fãs não iriam gostar dessa falsificação.
O compromisso com as pautas identitárias permeou várias partes do filme em contextos completamente desnecessários. Vale lembrar que essa temática também esteve presente em dois filmes recentes da franquia: “Eternos” e “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”. A tendência, ao que tudo indica, é que essa agenda esteja cada vez mais presente.
Feita essa análise e identificada essa tendência cada vez mais presente nos filmes, torna-se importante destacar o que o identitarismo provoca nas pessoas. Muitos homens e mulheres são vítimas psicológicas da ideia segregacionista propagada massivamente pelos grupos identitários que alegam haver forças estruturais e opressoras baseadas em machismo, racismo, homofobia etc. que disseminam ódio e promovem desigualdades injustas.
Em verdade, é justamente essa mentalidade segregacionista e materialista que estimula o ressentimento e o ódio nas pessoas, provocando desarmonia interna e externa, levando-as à severa depressão e auto degradação. Portanto, as principais vítimas desse ativismo identitário são justamente as pessoas que os ativistas taxam como minorias oprimidas e dizem querer defender.