FALIBILIDADE HUMANA

Homens são falíveis.
Todos nós trazemos no íntimo vícios e paixões, alguns bons hábitos e virtudes nascentes, mas a perfeição não pertence à humanidade. Pelo esforço genuíno e perseverante podemos, aos poucos, ir melhorando essa condição e fazendo pesar mais na balança as virtudes que as paixões, mas sempre seremos relativos e passíveis de queda, absoluto é o Criador.

Se a sociedade é o conjunto dos indivíduos, portanto, ela nunca será perfeita, sempre haverá a ronda de alguns males e sofrimentos, à espreita da queda do homem, normalmente movido pelo interesse pessoal ou de casta.

A utopia de imaginar que o homem é capaz de construir uma sociedade perfeitamente justa é desastrosa, não somente pela impossibilidade inerente, mas pelo fato de que homens falíveis e sequiosos de poder sempre surgirão para ocupar essa lacuna do desejo humano. Tais homens prometem o céu e entregam o inferno, por iniciativa deliberada de um contingente que a eles transferem suas esperanças, sua Liberdade e, em última análise, suas próprias vidas.

Tudo o que razoavelmente podemos esperar é uma sociedade tolerantemente ordenada, justa e livre, na qual alguns males, desajustes e sofrimentos continuam à espreita.

E para que se mantenha minimamente harmonizada é preciso ainda que estabeleça um sistema de freios e contrapesos de tal formas que o poder jamais possa crescer na mão de indivíduos em particular, o que comprometeria toda a ordem vigente.